Virei, estava de costas, agora;
de costas pra tudo que eu já quis deixar ao
vento, ao relento, no canto
Mas, não agora;
Meus pés fixos no chão
Automatizavam qualquer coisa que eu não queria fazer
Sentia o coração pesar
Como se o peso pudesse
comparar-se ao pesar
e àquela saudade sem
início, sem fim

O primeiro passo doeu,
o segundo foi como conformar-se
dali em diante, esqueci-me dos passos
era o caminho, e o vento
e o tempo, sem mais
não quis deixar que as lágrimas escorressem
mas é indiferente dizer que elas estavam ali
chovia dentro de mim,
torrencialmente.
Eu não poderia omitir.

Era só um jogo
Eu já havia me convencido disso
Um vício que precisava ter fim
GAME OVER
A tempestade era só confusão
Entre os meus instintos
E aquilo que deveria ser feito

Eu já estava longe o bastante
O bastante pra me sentir segura
A salvo daquilo que me faria perder
todo o sentido

Eu não queria ser aquela mulher
Que olharia para trás
E covarde, voltaria correndo
Para um futuro
que se resumiria a duas palavras

Não
Eu queria estar de cabeça erguida
Cara limpa
Pronta pra outro jogo
Pronta para experimentar da realidade
Pronta pra vida

Poderia fechar os olhos
e sentir consumir-me a emoção
ainda assim,
tudo permaneceria igual
dois corpos que distantes vibravam
ansiosos por qualquer coisa bem diferente de amor
Ele achava que estava apaixonado
Eu tinha certeza que não

Eu conhecia o medo
Sabia que toda aquela ilusão era medo
De que tudo não fosse
Como deveria ser
(Se é que deveria ser qualquer coisa)

Por isso, eu fugi
Aqui, o chão é mais duro
O céu é mais cinza
Aqui, quando não for mais vazio,
E o chão permanecer duro,
E o céu permanecer cinza
Vou experimentar o gosto das certas coisas amadas

sem textos prontos. Hoje eu preciso deixar as palavras saírem como que pra me lembrar de tudo isso que é escrever. to feliz de poder estar de volta. não é uma novidade eu viver correndo por aí sem tempo pra nada(sempre foi assim); a diferença é que antigamente eu gostava disso(eu sempre reclamei, eu sei, mas nunca soube viver sem uma correriazinha por dia), mas acho que quando vc chega a ser obrigada a diminuir as suas horas de sono, é, acho que não dá mesmo pra gostar disso;
chega de passado; to de férias; e férias pra mim significa fugir; como eu amo fugir; viajar, encher a agenda com as coisas que eu mais gosto, conhecer pessoas novas, lugares novos, comidas novas, me encantar com lugares lindos, apreciar os momentos mais simples do meu dia e ter a ousadia de colocar minha vida nos eixos; pensar em tudo; decidir o que eu quero pela trilhonésima vez; e acreditar em mim mesma como se eu não fosse mudar de idéia na semana seguinte; e o mais importante, não há compromissos, não há ligações, não há relógio (faço questão de deixar em casa); fato que eu morreria se fosse sempre assim, mas por uns dois meses, não há nada melhor.
bom, segunda to indo pra gramado-RS , primeria viagem de férias, natal, eu amo demais o natal, com a magia daquele lugar, vai ser perfeito, fato; to contando as horas, me divertindo organizando as coisas pra viagem :)
eu to planejando postar as viagens e coisas interessantes que eu encontrar por aí, por enquanto, são planos;
blog. hoje, eu tava me dando conta de uma coisa, eu mudei (#pravariar); e eu quero tentar mudar isso aqui junto comigo; não dá pra mudar muito, afinal, sou eu; mas quero deixar um pouco de lado esses resquícios de melancolia; quero poder tranferir pras minhas palavras essa minha vontade de viver, de mudar, de fazer as coisas acontecerem, de olhar pra frente sem medo do incerto, mas com disposição de escrever a minha história, essa hoje sou eu. cansei de romances baratos, que me fizeram chorar por coisas que nunca foram reais, cansei de ficar esperando o 'felizesprasempre'; tá na hora de acreditar mais em mim do que no que deveria acontecer.
não pensem que eu mudo de um dia pro outro, leva tempo, mas é incontável; e talvez só agora eu estivesse mesmo pronta pra ser isso, ou não. a questão é que eu surrprendi alguem hoje, dizendo pra deixar o coração de lado, ser racional, ser filhadaputa de vez em quando (#medo).
é, os meus textos falam bem melhor de mim :)
até breve

sóbria, restitui-lhe o olhar de doçura
e contrapus com toda e qualquer malícia
que pude conter num sorriso.
A ironia de minhas palavras confundiu-lhe o gesto
e permitiu-me seguir pela mesma calçada
de tanto riso, choro, indiferença e cansaço.
No turbilhão da rua, os passos seguiam-se, confundiam-se, perdiam-se;
tantos passos, tanto espaço.
Não havia encontro, não havia saída.
Havia partida, havia chegada.
Havia o trem que permeia a estrada que ninguém sabe onde fica.
Parei, e depois do abismo havia estrada,
havia partida, havia chegada,
havia doçura permeada de malícia qualquer.
E o sol que contaminava a minha embriaguez

Acordei enquanto ele pintava mais um de seus quadros.
Ele pintava e não existia sombra ou luz, existia o sorriso do meu pintor e o vermelho que coloria as paredes toda a vez que me chamava amor.
Tintas jogadas pelo chão. Dia e noite. Noite e dia. O mesmo quarto e um milhão de sonhos pra ele pintar pra mim.
O sol batia na janela, tudo era quente e refletia em nós.
Eu conhecia seus passos, seus pincéis, suas tintas.
De qualquer cor, ele atingiria a tonalidade que encaixava perfeitamente em mim.
Não era noite, e o sol refletiu no espelho o quadro que eu não quis mais ver.
Paredes pálidas. Cama vazia. Nenhum sonho a mais.
Bati a porta furta-cor.
Se eu olhasse aqueles olhos verdes, quem sabe teriam mudado de cor.

Esta noite, a liberdade
Esta noite, tão medrosa, olhou pra mim.
Não soubera o que pensar, o que querer,
o que falar pra me calar então;

Cedeu, e antes que viesse o vento,
Levou tudo que eu nunca consegui guardar.
Perdeu a cara ou a vergonha.
Estendeu o corpo, a alma, o sonho, o sopro.

Não se preocupou em cair ou levantar, resistiu.
Entregou-se ao acaso daquilo que não pudera descrever.
Pudera, era só mais um nuance de tudo aquilo que poderia ser.
Olhou meus olhos, fitando tudo que eu silenciei.

Gritei, sorriu. Parei, sentiu.
Essa noite, a liberdade
Era eu mais meia dúzia de bobagens,

Meu instinto mais seguro
Meu desejo mais estéril
E o medo exato das forças inertes

Andei pensando sobre o que estava escrevendo e percebi que nunca escrevi realmente sobre uma das coisas que me fazem mais plena: a minha fé. Já faz um tempo que colocar Cristo no centro faz parte do meu dia-dia, ou talvez a tentativa incessante que de que seja assim. E mesmo assim, passa despercebido aos meus próprios olhos tantas vezes. Nos últimos tempos, eu tenho me surpreendido absurdamente com todo esse amor louco de Deus.Eu sei que sou a pessoa mais fraca do mundo, mas eu não tenho me importado com isso, pq todas as vezes que eu choro e que eu tenho medo - e que não são poucas, Ele vem e diz pra mim "Celle, Eu to aqui com você, confia em Mim" e eu confio. Eu sei que eu sou um poço de vaidade, exagero e drama, mas ele tem colocado em cada pedacinho da minha vida pessoas que têm me mostrado que pra ser grande têm de ser humilde; e apesar de que eu ainda esteja bem longe disso, tenho aprendido imensamente e tenho certeza de que um dia eu chego lá. Eu sei que eu amo controlar tudo e todos - e nesse ponto ele me deu as melhores rasteiras da minha vida, me deu a missão de cuidar das pessoas, e sempre, sempre, ele me dá pessoas pra cuidar, pessoas lindas, pelas quais eu me apaixono, amo de verdade e com as quais eu aprendo o verdadeiro sentido de amar, de se entregar pelas pessoas, aprendi que não há melhor poder no mundo do que o de amar. E sabe o que é mais absurdo nisso tudo?! é q eu ainda consigo encontrar do que reclamar todos os dias da minha vida, ainda que eu tenha um milhão de motivos pra viver sorrindo. E ainda assim, Ele não desiste de mim e me ouve pacientemente e continua a me dar os melhores presentes do mundo. Eu não seria absolutamente nada se não fosse essa tamanha loucura de Deus. Eu nunca imaginei que um dia eu pudesse ser a pessoa que eu sou hoje. Eu poderia dizer sem hesitar que todo meu valor vem do amor que Deus tem por mim; é tão obvio que eu não valho nada e tão absurdo que eu hesite tanto em fazer tudo por Ele.
Faz alguns dias que eu estava realmente nervosa e com medo, a achando que eu jamais conseguiria fazer o que eu queria, foi quando minha filha me disse uma coisa que eu tenho trazido no meu coração por todos esses dias, que parece tão simples, mas tem uma profundidade absurda qnd a gente vive isso. Ela me disse "Mãe, você vai conseguir, e sabe por quê?! Por que você tem Deus no seu coração." E foi Ele quem me deu forças e que tem me feito estar de pé todos esse dias , estando eu como estiver, aonde estiver. Nossa, como eu amo o meu Cristo, meu melhor amigo, meu eterno amor e não há nada nessa vida que eu queira mais do que amá-Lo cada dia mais.

Ela não parara pra pensar, mas sabia exatamente o que estava fazendo. Não admitiria, ao certo, esse total descontrole da sua vida. Mas sabia que um profundo oceano azul era mais temido do que qualquer abismo. E era isso, na sua frente aquele oceano que a um momento já teria arrancado suspiros de sua boca, hoje fazia palpitar o medo em seu coração. Mesmo que o horizonte fizesse todo sentido, ela poderia jurar que ele não estava ali. Ela quis mergulhar, ela quis fugir pela orla, mas ela não soube o que fazer, ainda não. E ali parada sentia a areia sob os seus pés e o gosto de mar na boca. Era a brisa que a fazia lembrar daqueles sonhos tão ingênuos e tão mesquinhos que o mundo soube triturar e reduzir a pedaços tão pequenos quanto insignificantes. E como soube. Mas ela não sentiu falta desses sonhos, não quis voltar no tempo ou algo assim. Na verdade, ela não era a mesma, havia aprendido a jogar. Sabia, no entanto, que tem vezes que seu único adversário no jogo é você; e não se pode fazer muita coisa além de se enganar ou se enfrentar. Não se pode fugir de si mesmo.
Ela quase se esqueceu, haveria um motivo pelo qual valeria a pena fazer a coisa certa, mesmo que doesse em seu coração. Mar. Areia. Brisa. E o cheiro de infinito contaminando a sua direção.

Ela cruzou a esquina da ilusão. Chegou de salto. Jurou que não a poderiam derrubar. Contei seus passos.
Ela sabia o que queria e aonde iria chegar. Ainda que o próximo passo doesse, não iria cessar. Ela sabia o que
precisava ser feito.
Fitei seus olhos.
Ela não tinha vergonha de olhar para trás, mas não hesitava em seguir em frente.
Balançou-me o frio, notei.
Ela não era do tipo que se deixava levar pelo vento, mas enfrentava vendavais para chegar aonde queria.
Descobri, surpreso, suas paredes de giz.
Levantei seguro.
Seu olhar conhecia a força do maior amor do mundo.
Não duvidei.
Ela iria continuar. Se eu me distraísse pelo caminho, ela estaria em frente, olhando as estrelas.
Recolhi minhas certezas.
Ela poderia estar sozinha, diante do abismo ou a derramar mil lágrimas na estrada. Acreditei.
Ela ainda estaria de pé e do salto não a poderiam derrubar.

Fechei os olhos e tentei sorrir
Era você sem mais me permitir
Seguir em frente sem olhar pra trás

Não sei, mas se for longo eu vou te esperar
E se for breve vou anunciar
Que o meu caminho acaba no teu cais

Depois, mesmo que a vida permita mentir
Não saiba mais o que fazer de mim
Não temerei o mais a se entregar

Se for, pudera ter comigo o teu olhar
E nesse imenso caminho a girar
Eu saberia que ainda estás aqui

Não importa o quanto você possa estar certa sobre o universo, você precisa estar pronta pra mudanças;
Ainda que a rotina costume te engolir e te transformar num mero tópico da lista de afazeres, a vida sempre vai trazer surpresas; talvez seja o simples brilho do sol, mas será o brilho que vai te fazer ser mais.
Houve um tempo em que mudanças e riscos me assustavam, eram quase sinônimo de recomeço sem muito sucesso e eu simplesmente odiava todas as vezes em que a vida me obrigava a mudar. Mas um dia, eu resolvi mudar, resolvi, no entanto, parar de projetar como eu gostaria que tudo acontecesse e aceitar o realismo da vida, que nem sempre é o melhor, mas quando é bom, é bom de verdade; e eu prefiro que seja assim.
Mas a gente não pensa nisso todo dia, não resolve mudar todo dia, e acaba se tornando refém das próprias certezas; e como é bom se deixar surpreender pelo brilho de sol, pela risada espontânea, pelo acelerar inesperado do coração;
Estar pronta talvez não seja a melhor expressão, é bem mais do que isso; eu tenho sede de mudanças; tenho sede de encarar de frente o que a vida tiver pra me apresentar, pode ser um desafio, uma paixão ou até mesmo uma ilusão; mas que eu possa mergulhar e ser mais;
Sobre crises e peneiras, talvez seja sobre isso que eu esteja tentando dizer; sobre quando precisamos ser fortes, certos; sobre quando precisamos dobrar os joelhos e saber de que lado da peneira temos que ficar; sobre quando precisamos perder o teto para ganhar as estrelas;

a quem me faz silenciar; a quem transgride às minhas leis; a quem destoa das cores do meu universo e escolhe o tom mais bonito pra assaltar meu melhor sonho; a quem estonteia meu lado mais cego; a quem abusa e desarma o meu poder dotado do olhar mais suspeito;

É um dia de chuva, desses que me fazem ficar na janela olhando as gotas tocarem o chão, respirando fundo e sentindo o cheiro da terra molhada, e num repente me sentindo tão plena.
Amo a chuva, amo o jeito que ela me faz lembrar do sorriso, do gesto, do olhar - tão teus e tão meus.
Amo as lembranças que ela traz, talvez pela paz que ela constrói em torno de suas pequenas gotas, tão certas.
A chuva bate na janela e já é a saudade que invade o meu peito, saudade daquilo que eu quero viver, daqueles meus sonhos que pareciam tão reais, mas que não passavam de ilusões a mais.
Me lançar, como a chuva. E na chuva deixar-me envolver por cada pedacinho de céu. Ao léu do teu mar, ser gota derramada.
A vista de qualquer céu, de qualquer mar, desvanecer.

esqueça-se de tudo
no céu, a lua espera mais de nós
e os sorrisos tão indiferentes
são a licença para estarmos sós
Luz baixa. Cor fria.
Gosto de sonho na boca.
É só você
e os nossos sorrisos perdidos no vento.
Hoje, eu vou te provar
que tudo isso
é bem mais do que uma ilusão.

Os versos que eu quis
deixei-o levar
as sábias mentiras
vazias, sombrias
tinham o peso
que eu não quis suportar
a estrada que eu via
calada, sozinha
enxurrada de palavras
que eu não quis mais falar
Agora, a verdade
eu deveria saber
é a melhor mentira
que eu poderia contar
tão cruel que não pesa,
não cansa, não burla
e a cada passo
da estrada que eu vejo
apronta pro sol -
meu sol de qualquer lugar -
nos versos que eu quis
era mais fácil
continuar
protejo, no entanto,
não possas levar
os versos que eu quis
não sabiam mais amar

A verdade de agora é bem menos real do que qualquer mentira

sentada na rua eu estava
sentada na rua eu fiquei
passaram por mim alguns homens
uma mulher, uma criança também
o chão era rígido
e o meu salto, naquele momento
foi a essência da minha poesia
eu não queria seguir
homem, mulher ou criança
mas eu estava de pé
e a lua era deslumbrante sobre mim
minhas referências foram perdidas
mas eu ainda tinha o chão, que duro e frio
me levaria a algum lugar
não era uma fuga ou qualquer corrida
era apenas a lua
que ainda me permitia sonhar

What if all of this is real?
What if it is not a love story anymore?
What if my feelings are the key for what you always looked for?
What if those are not only words and feelings that say more of me?
What if because of this I climbed up to the balcony and said everything I always wanted to say?
I don’t wanna be a Juliet, I don’t wanna wait until everything sounds complicated.
I don’t wanna be a coward anymore and hide myself behind any excuse.
I should run the most I can and stick me to this love whatever it’s cost.
It's never too late

rendi-me pois a subjetividade que invade o meu coração e transborda nas minhas palavras; se o que me atinge é o universo confuso dos sentimentos, que eu me valha da intensidade que eles me proporcionam; se não encontro o que esperaria de melhor nos meus textos, que ao menos eu possa me encontrar e sejam eles o meu consolo e a minha esperança.

Sob o céu cinzento, ela cuidava de todas as coisas; Era preciso a postura perfeita;
Aquele jeito de super-mulher-madura-segura-responsável-elegante e ela gostava disso;
Gostava que a maioria olhasse pra ela com aquele repeito no olhar;
Escrevia todos os dias em seu diário as fraquezas que tentava esconder e superar;
E pedia a Deus todas as noites por um alguém que segurasse a sua mão e enxergasse aquelas fraquezas por detrás da pseudofortaleza do seu olhar;
Havia um nome que ela não queria pedir; um nome que não saía da sua boca;
E apesar de saber que Ele o sabia, era ousadia demais;
Era como uma criança que ignora o seu pai e pede o presente mais caro da loja;
Ela já havia ganhado todos os outros, mas ela queria aquele também.
E como em todas as noites, ela se rende aos próprios caprichos e faz seu pedido;
“mas que seja feita a Sua vontade” – era mais fácil dormir agora.

O nosso último tango em Paris
e mesmo já sendo tão íntimas as nossas pernas
ainda havia a surpresa na harmonia perfeita que elas tinham
A certeza do adeus ressecava a garganta,
enchia o olhar de paixão,
tornava intensos os segundos
em que dançamos mais uma história:
Paixão. Fogo.
Meu sangue fervia junto ao teu.
Corpos quentes que falavam por si
dominados pelo desejo
Surpresa. Ciúme. Ira. Traição.
A dor que contraía o peito,
afastava os nossos corpos
e fomentava a a paixão e o desejo.
The hard way is the only way. Morte.
êxtase de paixão maior que a própria alma e a razão.
lágrimas molhavam o sangue derramado.
O calor permanecia vivo.
Tragédia.
O nosso último tango em Paris.
Eu sabia o seu corpo, você sabia o meu.
O olhar de desejo era fatal como o adeus.
Fomos embora. Nós.
A paixão continua em Paris.

É tão fácil manipular a felicidade.
Tão fácil arrumar motivos pra te ver.
Tão fácil teu olhar me roubar de mim
mesma e me encher de vontade de você.
Não é como ser atraída
pelo prazer de ouvir a canção.
É como o som grave, quente e intenso
que domina cada parte do ser
inevitavelmente.
Não é como um sonho nítido.
É como se a mais bela realidade
caísse pesada sobre você
sem te deixar fugir ou escolher.

"De Ulisses ela aprendera a ter coragem de ter fé – muita coragem, fé em quê? Na própria fé, que a fé pode ser um grande susto, pode significar cair no abismo, Lóri tinha medo de cair no abismo e segurava-se numa das mãos de Ulissses enquanto a outra mão de Ulisses empurrava-a para o abismo - em breve ela teria que soltar a mão menos forte do que a que a empurrava, e cair, a vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre. A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser Humano."
(Clarisse Lispector)


Procurei por mim em versos antigos de livros antigos
Procurei por algo que poderia ter sido agora
Encontrei tão somente o maravilhoso abismo -
Esse tal vazio em que nos permitimos Ser
Mais, menos e até o mesmo engano do dia de hoje
Misturado a saudade hipócrita de ontem
Viver é a aventura de perder-se,
Achando-se a cada linha do tempo
E a cada palavra de amor

Não sei quem é você. Será que pode me dizer
Por que eu não consigo desgrudar os olhos de você?
Como uma louca, não consigo parar; é o pensamento, é você
Meus sonhos já são mais seus do que meus
E ainda me pergunto quem é você.
Eu sei dos seus olhos, sei do seu sorriso,
sei do seu abraço morno de quem mal conheço
mas queria poder desvendar
algo como o cheiro, como o sabor,
como o calor do abraço que eu não consegui provar
algo como você por inteiro
e deixar de me sentir como tantas vezes, idiota
apaixonada por algo que foge das minhas mãos

Faz-me emudecer nos teus versos mudos
e no pranto do instante inseguro
ser teu medo tão puro e sincero

ao acaso levar-me-ão as penas
velhas conhecidas do amor distante
serei eu e meu futuro errante
no que sonhaste inconstante e pleno

pobre escravo das próprias asas
se soubesses ao menos do tempo,
do que leva e trás ao vento
a ternura das noites ao léu

olharia além das palavras
entrelinhas que frente a minh'alma
ultrapassam meus breves limites
e alcançam a imensidão

Porque a noite entendia, ela chorou;
A noite não pediu motivos e ela recostou sobre seu colo, silencioso e frio;
Como se chegasse a razão, escondeu-se em suas paredes de giz;
Como pudesse ver além, reconheceu em si algo maior do que um sorriso.

Hoje, ela queria um pouco de nostalgia
Talvez não esperasse pela alegria instantânea
Talvez não duvidasse que as lembranças poderiam ser melhor

Hoje, ela queria não se sentir sozinha
Talvez não esperasse por qualquer palavra
Talvez acreditasse no que elas podem dizer

Ela não deseja mais do que a paz de um amor
Mas talvez ela precise de paixão e tragédia
talvez o sentido das coisas esteja em seu coração

Ela não quer que a vida seja menos do que um romance
Talvez ela tenha desistido daqueles suicidas
Talvez ela só sonhe, e nada mais

Só por hoje, ela não vai desistir de lutar
Talvez não seja tão fácil lutar contra si mesma
Talvez ela só precise de um tanto de amor

Certo dia, quando saía para o trabalho reparei que uma jovem passava pela rua olhando o meu jardim. Eu não conseguia entender tanta ternura no mesmo olhar. Estávamos no inverno e a neve cobria todo o jardim, não havia lugar para flores ou coisa qualquer que pudesse causar tamanha ternura.
A partir deste dia, sempre que saía para o trabalho a mesma cena se repetia; passava os olhos pelo jardim e nada encontrava, no entanto, não demorava e os afazeres que eu tinha no resto do dia consumiam meu pensamento.
Foi num final de semana que resolvi tentar decifrar o que o meu jardim sem vida teria de especial e resolvi ir até a casa daquela jovem.
Minha voz cessou quando cheguei a frente da sua casa. Algumas paredes de vidro mostravam um belíssimo jardim de inverno com rosas do vermelho mais vivo que eu já havia visto. Esquecendo-me até de ser discreta fui surpreendida com uma voz doce atrás de mim:
- lindas, não são?! São as minhas rosas. Com estão as suas rosas?
- minhas rosas?
- não notou? Há lindas rosas nascendo também no seu jardim. E elas não são comuns, são as suas rosas.
Eu não estava entendendo absolutamente nada. Achei melhor sorrir e ir para casa. O céu já anunciava a chuva que comecei a sentir no caminho de volta. Era daquelas que ajudavam a anunciar a primavera e limpava boa parte da neve sobre a grama.
Ao chegar a casa, minha voz cessou novamente. Rosas de uma cor intensa e inexplicável já faziam parte do meu jardim. Não era como se tivessem sido plantadas a pouco, era como se o jardim perdesse toda a sua beleza caso elas não estivessem ali.
No primeiro momento, não tive dúvidas de minha loucura. No segundo, girava na minha cabeça o possessivo ‘minhas’, pois inexplicavelmente eu conseguia sentir por que elas eram minhas.
Corri a escrever um bilhete para minha jovem vizinha: “Querida vizinha, desculpe-me por meus horríveis cumprimentos. Até então, meu jardim, assim como minha vida, estava coberto pela neve e eu não conseguia ver que, mesmo em semelhante cenário, há detalhes que nos escolhem, cativam e dão sentido à nossa vida, assim como as rosas ao jardim, mas que precisamos olhar atentamente e retirar o gelo para plantar a esperança. Obrigada por ter aberto meus olhos e ter-me permitido cuidar das rosas do meu jardim. Por que elas não são rosas comuns. São as minhas rosas. E seja inverno ou primavera, elas me darão motivos para sorrir. C.F.”

(Dedico essa história a Juliana Sabatinelli, que talvez seja umas das poucas que vai entender o real sentido dessa história, obrigada amiga )

Faz dias que tento pensar e escrever qualquer coisa; mas ta tudo tão diferente aqui dentro; o mesmo exagero, a mesma vaidade e uma dose certa de indiferença.
Uma frase gira dentro da minha cabeça: “As coisas que mais importam na vida fogem a qualquer conceito”, ah! Esse conceito tem amarrado cada palavra dentro de mim, já não sei aonde colocar as palavras minhas, tão minhas;
no coração, não teimo mais em dizer que cabem, cansei de reunir os cacos quando ele explodia por superlotação; no caderno, elas pareciam tão soltas, tão sozinhas; na minha boca seria um desperdício, não haveria qualquer ouvido pronto a escutá-las;
E eu parei, meu coração conformou, minhas mãos se contentaram com o apertar dos botões do controle remoto, e minha voz se calou, se acostumou a dar respostas e não tentar explicar coisa alguma;
E hoje, depois de mais um dia qualquer, entreguei-me as palavras sem saber aonde me levariam, me escondi, me rendi.
Que sou eu sem esses cacos pelo chão? Sem trasbordar o coração?
Não importa o quanto eu correr, nunca conseguirei fugir de mim mesma.

Bom, é achar a linha da sua vida, e poder perdê-la depois; criar suas próprias regras, e poder transformá-las, transgredi-las; Bom mesmo, é se libertar da prisão da sua rotina; levitar, não contra a gravidade, mas contra os seus próprios paradigmas;
Porque liberdade, não é apenas fazer e pensar como se quer, é se permitir penetrar na arte da vida;
Libertação é poesia; é o sorriso repentino de uma terça-feira qualquer, em que um momento se confunde com felicidade;
Se enganar é procurar se prender em suas próprias idealizações, e deixar que o momento sublime passe despercebido diante de seus olhos;