Todo sempre
14:29:00
Enquanto a dor se espalhava pelo meu
corpo, o cheiro de chuva me fez levantar, pegar uma xícara
de chá e sentar no chão da varanda.
Deixei-me embriagar
pela poesia que se derramava pelo meu eu.
A chuva tinha gosto
de saudade, de conforto; era um daqueles momentos que eram eternos
por si só.
Não existia
perguntas a serem feitas ou respostas a serem respondidas. Eu apenas
era, e era feliz, como se tudo não passasse de um anoitecer na
varanda e alguma esperança a ser encontrada no coração.
E o mundo, que se
protegia, sob seus telhados de realidade, de toda aquela poesia que
encharcava meu coração, era só o mundo de tantas expectativas e
realizações, tão pequeno e tão pobre, diante de um anoitecer na
varanda, sob a chuva, com uma xícara de chá – a roubar-me para a
eternidade da poesia.
0 comentários