Amante
23:58:00
A batida tenaz, seca
e ruidosa fere os sentidos, invade o espaço.
O desconhecido de
olhos quentes e cabeça baixa
Tão pouca certeza e
tão grande coragem,
Me olhou nos olhos
pelo instante de quem passa
Parou o tempo pela
eternidade e um pouco mais.
Gritei socorro
Foi-se embora no meu
susto e meu juízo
Julguei, besteira,
bobagem
São fantasias de um
forasteiro que vem de longe com pouca bagagem
E só querem, em ti,
estender a viagem
Dias passaram,
porém, sem que houvesse calma
Era o cansaço, era
a pressa, era a febre
Era a surpresa que
nunca chegava
Certa noite, mais
perto ou mais certa de você
Abri as janelas,
ouvi a madeira a se lamentar
O céu brilhava como
tinha que ser
O meu pedido para te
encontrar
Quero você,
sussurrei à noite
Antes que o dia
possa reclamar da ousadia que é pensar em ti
E em vão eu torne a
não te desejar
E só por hoje, eu
hei de insistir
Em cada gota de
escuridão que faltar
Que tu me sejas no
que couber de mim
E o dia chegue ao
nosso despertar
Farei de ti o amante
mais sincero
Serei amada a cada
suspirar
E se um dia quiseres
de mim
Palavras tolas,
atitudes vãs
Direi ao céu que te
trouxe pra mim
Que te leve de volta
e não saibas voltar
Pois meu amante
ainda há de surgir
Nos olhos quentes,
no delírio de uma tarde a mais
Me tomando toda para
si
Sem perguntas e sem
hesitar
1 comentários
Que bom que voltou a escrever com frequencia! Lindo texto, parabéns!
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