Furta-cor

13:03:00

Acordei enquanto ele pintava mais um de seus quadros.
Ele pintava e não existia sombra ou luz, existia o sorriso do meu pintor e o vermelho que coloria as paredes toda a vez que me chamava amor.
Tintas jogadas pelo chão. Dia e noite. Noite e dia. O mesmo quarto e um milhão de sonhos pra ele pintar pra mim.
O sol batia na janela, tudo era quente e refletia em nós.
Eu conhecia seus passos, seus pincéis, suas tintas.
De qualquer cor, ele atingiria a tonalidade que encaixava perfeitamente em mim.
Não era noite, e o sol refletiu no espelho o quadro que eu não quis mais ver.
Paredes pálidas. Cama vazia. Nenhum sonho a mais.
Bati a porta furta-cor.
Se eu olhasse aqueles olhos verdes, quem sabe teriam mudado de cor.

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