Game Over

02:04:00

Virei, estava de costas, agora;
de costas pra tudo que eu já quis deixar ao
vento, ao relento, no canto
Mas, não agora;
Meus pés fixos no chão
Automatizavam qualquer coisa que eu não queria fazer
Sentia o coração pesar
Como se o peso pudesse
comparar-se ao pesar
e àquela saudade sem
início, sem fim

O primeiro passo doeu,
o segundo foi como conformar-se
dali em diante, esqueci-me dos passos
era o caminho, e o vento
e o tempo, sem mais
não quis deixar que as lágrimas escorressem
mas é indiferente dizer que elas estavam ali
chovia dentro de mim,
torrencialmente.
Eu não poderia omitir.

Era só um jogo
Eu já havia me convencido disso
Um vício que precisava ter fim
GAME OVER
A tempestade era só confusão
Entre os meus instintos
E aquilo que deveria ser feito

Eu já estava longe o bastante
O bastante pra me sentir segura
A salvo daquilo que me faria perder
todo o sentido

Eu não queria ser aquela mulher
Que olharia para trás
E covarde, voltaria correndo
Para um futuro
que se resumiria a duas palavras

Não
Eu queria estar de cabeça erguida
Cara limpa
Pronta pra outro jogo
Pronta para experimentar da realidade
Pronta pra vida

Poderia fechar os olhos
e sentir consumir-me a emoção
ainda assim,
tudo permaneceria igual
dois corpos que distantes vibravam
ansiosos por qualquer coisa bem diferente de amor
Ele achava que estava apaixonado
Eu tinha certeza que não

Eu conhecia o medo
Sabia que toda aquela ilusão era medo
De que tudo não fosse
Como deveria ser
(Se é que deveria ser qualquer coisa)

Por isso, eu fugi
Aqui, o chão é mais duro
O céu é mais cinza
Aqui, quando não for mais vazio,
E o chão permanecer duro,
E o céu permanecer cinza
Vou experimentar o gosto das certas coisas amadas

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