Contra o relógio

16:08:00

Olha só você invadindo as entrelinhas e atravessando o sentido das minhas palavras
Me deixando muda enquanto afundo em teus olhos
Logo eu, que tanto fujo das fronteiras, sou inundada pelo querer
Tão concreto que entre o quente e o frio, o áspero e o macio, não há mais saída, só há você
Nada somos para além do que vamos sendo
Te agarras ao meu desejo e eu me agarro no teu
E, assim vamos escapando do tempo,
Contra o relógio, imobilizamos o mundo para ser em nós
Somos calor que entorpece os sentidos
Entorpecidos ingênuos, nos vemos a pensar o impensável em nós
e nos rendemos, sem plano algum, ao cheiro e ao gosto
que desconhece o que é meu e o que é teu
Mas sabe de nós ainda mais que o tempo
ah o tempo! tão cruel com a eternidade

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