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Eu tenho um corpo feito terra
Com sede de água e de flor
Feridas abertas a mostrar entranhas
E o cheiro úmido da terra viva
Minha vida se abre em raízes e pernas
Minha carne é terra que tudo dá
Que nutre os frutos dos pés descalços
Da pele que já não reveste
A massa alada e ardente que vibro
Mas se estende na sombra onde me sento
A saborear o mel da fruta na boca tua
Das lembranças cruas
Das andanças nuas eu me molho
Na água de chuva, na lama da terra
Na semeadura, teu corpo é semente
No meu ventre, me faz nascer flor
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