Na varanda

22:56:00

Tô na varanda como todos os dias, esperando por você como que pelo pôr do sol. Ele vem de tarde, doce e suave, acariciar meus sonhos - aqueles que já deveriam ter se desmanchado com o tempo, mas permanecem aqui; eles e você. 

Todas as noites, minha taça de vinho e a nossa cama. 
Faz tanto tempo mas eu ainda poderia dizer vem que eu quero você mais perto; e se pudessem te alcançar as minhas palavras, eu diria que hoje eu tô sem medo e que hoje eu voltaria pra te dizer sim.
O meu maior segredo ainda é você, e a minhas nuances, minha cartela de sorrisos.
Escuta, hoje já não importa; no meu peito já não cabe a dor.
Me lembro do último dia, primeiro do tempo que não passa, da ousadia da nossa hesitação.
Você poderia ter corrido, eu poderia ter lutado. Mas a simplicidade do que se fazia nós não entendia de tempo ou verdade. 
Mas ouve em mim, no meu exagero você cabe inteiro e na minha memória e matéria e desejo.
Tanto tempo e você foi a prece; a música melodiosa que chegava em qualquer quarta-feira sem graça sem você.
E amanhã, eu ainda vou esperar pelo pôr do sol e por você. E a nossa cama ainda vai sentir teu cheiro.
É só o que os meus olhos vão ver e só o que vai arder no meu coração. Teu calor e teu cheiro e teu gosto. Sem qualquer distinção. Como quando eu inteira me perdia em você; o dia todo, agora e depois; na minha e na tua vida; no teu chão e no meu paraíso.
E quando você voltar vai ter gosto de sonho e sorvete no domingo.
Na varanda, ao pôr do sol, pra todo dia, pra todo lugar, eu vou esperar por você.

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